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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Abri a minha janela

          Abri a janela e fui parar pra pensar no que eu estava fazendo, eu já fazia isso todo dia, não exatamente a mesma hora, mas quase sempre à noite. Eu estava me sentindo só, apesar de estar por perto e vendo a vida de várias pessoas, que não exatamente eram meus conhecidos, quase sempre os mesmos hábitos, as mesmas palavras, os mesmos gestos, as mesmas companhias, palavras diferentes mas que fazem parte da mesma história. 
             Parei pra pensar aonde que eu queria chegar, sentada ali, mas eu não era a única, tinha milhares de pessoas exatamente assim, de frente a uma janela. Mas já era um hábito, tentei passar um dia, sem abri-la, mas ela me olhava, e eu a encarava, ela me seduzia de um jeito convencedor, afinal que mal faria.
       Até que chegou um dia que resolvi parar com aquilo, eu perdia horas do meu dia, sem fazer absolutamente nenhuma coisa útil, as pessoas tinham ficado previsíveis demais e ao mesmo tempo tão imprevisíveis, ao mesmo tempo que eu estava tão perto das pessoas eu estava longe, o mundo ao meu redor continuava se movimentando e eu estava ali, sentada, pouco saía, encontrava pessoas, o tempo parecia menor e marcar para ver alguém, só nos finais de semana, isso se eu não tivesse parado pra abrir a janela e acabar ficando por ali mesmo.
      Eu estava decidida, iria encontrar amigos, ler um livro, aprender a tocar um novo instrumento, me exercitar, ir a praia, andar pelo parque, fazer crianças sorrirem, ir ao cinema, comprar uma roupa nova... Eu iria reiniciar minha vida e meu tempo, foi quando eu fechei a janela. A janela do facebook.

(Ingrid M.)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Meu lugar preferido

      Esperei o carro estacionar e olhei pro relógio, ainda faltava 25 minutos pro desembarque, não que eu não gostasse de me atrasar, mas gostava de ficar ali sentada, vendo os aviões decolarem e pousarem. Todo mundo tem seu lugar preferido, sua casa, seu quarto, seu armário, o meu, talvez seja os aeroportos, se você for bastante atencioso ou se ao menos conseguir parar para observar ao redor, verá o poço de histórias que se pode ouvir e presenciar nos aeroportos.
     Os passageiros embarcam, acomodam suas bagagens e sentam em suas poltronas até a hora do avião decolar. Enquanto outros levantam de suas poltronas, desacomodam suas bagagens e desembarcam. Já não se vê mais tantas lágrimas em aeroportos, me refiro aqui tanto a idas quando a vindas, só que viajar se tornou comum e cada vez mais pessoas viajavam nem que seja pra ir ali perto, no estado do lado. Viajar virou presente, feliz aquele que ganha uma passagem para os EUA, Europa, Canadá, Austrália...
    Me levanto, 5 minutos, resolvo comprar algo pra beber. Aparece as plaquinhas, as famosas, não tão famosas, mas que estão em quase todos os aeroportos, principalmente nos internacionais, com nomes de empresas, de pessoas... As portas se abrem, olhos procurando outros olhos em caras estampadas com sorrisos, olhos ansiosos, preocupados, receosos, mas que se transforam e ficam brilhando, abraços, beijos de casais...Outros simplesmente assumem um olhar de total indiferença, sós, passam pelos corredores e seguem em busca de seus táxis, rumo a cidade que se abre. 
      A pessoa que eu esperava, aparece, trocamos abraços, sorrisos, palavras... Seguimos rumo a saída, mas ainda continuam lá aquelas pessoas, esperando ver uma cara conhecida, uma cara amiga. Do outro lado, alguns procuram suas bagagens na esteira e vão em rumo a cidade que vai se abrindo para cada um, uma cidade talvez de sonhos, de festejo, de oportunidades, de alegrias, de ilusões, uma cidade para fazer uma passagem, ou quem sabe permanecer por um bom tempo. O carro dá a partida e eu me despeço desse meu lugar favorito, do lugar de histórias, de sorrisos, de despedidas e partidas.

Ass: Ingrid M.

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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

" Não será meu último primeiro dia de aula, nem foi o primeiro.."

              É sempre a mesma coisa, aquele velho friozinho na barriga e aquela ansiedade de não consegui nem me deixar dormir direito na volta as aulas, sei que não é só comigo, eu não posso ser tão especial ao ponto de só eu sentir essa tal ansiedade antes de pisar os pés de novo na escola, talvez seja até comum, talvez. As mesmas caras, as mesmas manias, os mesmos medos, as mesmas qualidades, os mesmos defeitos, pouca coisa mudou de novembro pra cá, alguns amadureceram, alguns aprenderam certas lições, mas no fim, são as mesmos organismos andando por um área, formando a tal população. É apenas mais um ano, um  ano a menos para começarmos a tomar as rédeas da nossa vida, apenas mais um ano, para reclamarmos dos exercícios, da matéria, dos professores, da escola… Algumas coisas podem ter mudado, você pode até se sentir um pouco deslocado, na escola nova, se por acaso mudou, pode até se sentir sozinho, estranho e abandonado, mas logo se enturmará na panelinha em que você mais se adequar, seja por roupa, estilo, gosto musical… 
       Aquelas panelinhas que estão sempre por aí, pode até ser uma panelinha de dois, de dois “rockeiros”, de dois “nerds”, de dois “funkeiros”, de duas “patricinhas” de dois “viajados” e que não tão nem aí pra nada, mas elas estão por aí, em toda parte, espalhadas nesse caos da escola. Esse é apenas mais um primeiro dia de aula, não será meu último primeiro dia de aula, nem foi o primeiro, foi apenas mais um dia pra bater aquela velha ansiedade, aquele velho friozinho na barriga cheio de expectativa para um ano novo, um ano mais feliz, um ano diferente, um ano de experiências boas e que daqui a alguns anos vão nos deixar saudosos e dispostos a tudo pra sentir esse friozinho novamente. É apenas mais um primeiro dia de aula.
Ingrid M.